quarta-feira, 23 de abril de 2008

No Dia da Terra, Terra treme no Brasil

Apesar de não ser a finalidade do Projeto SILI encher a página com notícias que são fartamente publicadas, este é um evento inusitado que merece a nossa atenção e o registro para a História.

No dia 22 de abril de 2008, Dia da Terra, às 21:00:48 hs (Horário de Brasília), um terremoto de 5,2 graus na Escala Richter foi registrado no Oceano Atlântico com epicentro a 25.713°S, 45.438°W (10 Km de profundidade), a 215 Km de São Vicente, litoral de São Paulo.


A estação sismográfica de Riachuelo (RN) registrou o sismo às 00:00 hs (GMT) conforme o sismograma abaixo:


O epicentro se deu em uma área conhecida como "Santos Plateau", onde as profundidades variam de 2.000 a 4.000 m da superfície do mar. Apesar de distante de junções de placas tectônicas o litoral brasileiro apresenta relevo submarino significativo (e pouco estudado por brasileiros).



Jornais por todo o país noticiaram que os efeitos do terremoto foram sentidos em 4 Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina). O Dia reporta que moradores de vários bairros na cidade do Rio de Janeiro sentiram o tremor. A Folha Online alerta para que outros tremores possam ocorrer nos próximos dias.

Por se situar bem no meio de uma placa tectônica, o Brasil não é muito sujeito a terremotos, ainda assim alguns sismos vêm sendo registrados como o de dezembro passado em Minas Gerais e nessa mesma área do litoral paulista.

Infelizmente, como de praxe, veremos na imprensa a tradicional enxurrada de bobagens com que sempre nos inundam quando da ocorrência de fenômenos naturais. Uma delas é sobre a Escala Richter, que sempre dizem ir até 9. Até mesmo professores universitários colaboram para o festival de besteiras, como essa declaração do Prof. José Roberto Barbosa no Globo Online dizendo que "o tremor foi expressivo mas não pode ser chamado de terremoto, pois essa palavra só é usada quando acontecem catástrofes". Assim, o Prof. Barbosa cria uma nova semiologia própria para "terremoto". Falta agora ele comunicar isso ao resto do mundo que continua considerando qualquer tremor de terra, submarino ou terrestre, como terremoto (ou earthquake, se preferirem).

Enfim, passado o susto, não foram registradas vítimas nem grandes danos materiais. Aguardamos agora as interpretações catastrofistas dos eco-ignorantes dizendo que tais terremotos se devem à exploração de petróleo na bacia de Santos...

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